Os desafios e oportunidades das mulheres na apicultura
Debater a participação da mulher dentro da apicultura é trazer à tona um padrão ainda imposto pela sociedade: o de que mulheres não podem trabalhar na área por ser uma atividade em que os homens monopolizam o centro de produção.
A inserção da mulher na apicultura promove a participação ativa na economia doméstica e coletiva, levando também a inclusão de parentes e vizinhos na atividade, que trazem mudanças na percepção ambiental e social, pelo fato de ser uma atividade limpa, que não polui, nem desmata, agrega valores e desenvolve o respeito pela natureza.
Segundo o estudo “Ressignificação do espaço de atuação da mulher na sociedade do alto oeste potiguar – 2019 “ a iniciação em cursos e práticas de apicultura proporcionou as mulheres que moram em ambientes rurais mais autonomia, independência e valorização da autoestima sugerindo o empoderamento destas. Além disso, revelou-se também a ampliação dos seus conhecimentos através de oficinas de apicultura que tinham o viés de trabalhar a subjetividade e o empreendedorismo. Portanto, projetos de apicultura voltados para mulheres contribui para o fortalecimento da autoconfiança e independência financeira.
Outro programa que aborda o mesmo tema é o projeto de extensão “Apicultura e Mulheres: uma doce produção” , a ação surgiu em 2018 com o conhecimento do grupo Agroflores, uma comunidade de mulheres que foram retiradas do local onde morava há mais de 30 anos, em Suape, e foram realocadas para o Assentamento de Ximenes, em Barreiros. A partir da união da UFRPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco, com o grupo Agroflores nasceu o projeto de apicultura que passou a garantir o sustento desse grupo de mulheres. “Essas mulheres estavam em vulnerabilidade social. Conhecendo a situação delas, sugerimos a produção do mel, que é bem aceito, vende bem e não estraga fácil, dura até dois anos se preservado. Caso não venda, pode ficar para consumo próprio, é um alimento saudável. E foi daí que elas escolheram conhecer e trabalhar com apicultura”, explica a professora e orientadora do projeto, Renata Sousa.
Além de compartilhar a tecnologia a quem precisa e fornecer subsídios para o desenvolvimento profissional, pessoal e coletivo, o “Mulheres e Apicultura: uma doce produção” promove questões como a igualdade e o exercício da sororidade, a união entre as mulheres, com base na empatia e no companheirismo.
A vista disso, promover e ajudar a participação de mulheres no trabalho de apicultura é uma forma de considerar sua capacidade de executar toda a produção, pois embora seja uma atividade ainda confinada a uma maioria masculina, essa realidade vem mudando. A participação da mulher nas atividades apícolas, é pontuada como uma grande presença no que diz respeito ao cuidado da higienização e retirada do mel, enquanto o homem lida com toda a parte do campo.
Fonte – Brazilian Journals e UFRPE .
Conheça também :
O projeto Mulheres e Apicultura – uma doce produção : http://www.ufrpe.br/br/content/apicultura-e-mulheres-projeto-vem-transformando-vidas-no-assentamento-ximenes
O projeto de pesquisa “Ressignificação do espaço de atuação da mulher na sociedade do alto oeste potiguar”: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/3080